“Maia já desenvolveu habilidades que a gente acreditaria que levaria um tempo maior e conseguimos ver muitos progressos. Tenho certeza de que, se ela não recebesse tanto estímulo quanto recebe, não estaria trilhando esse caminho para a autonomia”. A declaração é de Luciana Pires, mãe da pequena Maia, de apenas 7 meses. A criança é acompanhada desde o nascimento no Ambulatório de Trissomia do 21 do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh).
Segundo a pediatra que atua no ambulatório especializado do hospital, Jackeline Tissiani, intervenção precoce, por meio de acompanhamento com equipe multiprofissional, tem sido um diferencial na vida de crianças com Trissomia do Cromossomo 21, também conhecida como Síndrome de Down.
“Estimular desde cedo é essencial para que essas crianças possam se desenvolver. Elas precisam de muitos estímulos para que alcancem os marcos do desenvolvimento. Enquanto pequenas, o cérebro está mais aberto a estímulos (neuroplasticidade cerebral) e é fundamental focar em intervenções terapêuticas”, alertou a médica.
Nesta terça-feira (21), é celebrado o Dia Internacional da Trissomia do 21. O objetivo da data é celebrar a vida das pessoas com Síndrome de Down e disseminar informações para promover a inclusão de todos na sociedade.
“A gente não cria filho para ser dependente. Maia é uma criança como qualquer outra. A única diferença é que ela tem um ritmo diferente e nós estamos buscando uma forma de ampará-la nesse ritmo para que ela possa se desenvolver da forma mais saudável e com maior autonomia possível”, disse Luciana.
Quem também é acompanhado no HULW é Humberto, de pouco mais de dois anos. A mãe, Mônica Pereira, lamenta que não conseguiu receber o diagnóstico do filho ainda na gestação, mas assim que foi identificada a trissomia do 21 ela procurou assistência e hoje comemora os avanços do menino.
No ambulatório do Lauro Wanderley, são ofertadas consultas médicas em diferentes especialidades como pediatria, otorrinolaringologia, oftalmologia, neurologia, genética, endocrinologia, cardiologia, e outras a depender da necessidade individual de cada criança. Além disso, oferece acompanhamento multiprofissional com psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista e fonoaudiólogo. As crianças também têm acesso ao serviço de odontologia.
“Nosso objetivo é possibilitar a essas crianças o desenvolvimento para que, no futuro (adolescentes e adultos), possam, inclusive, ser inseridas no mercado de trabalho”, destacou Jackeline Tissiani, esclarecendo que o ambulatório atende cerca de 25 pacientes semanalmente.
Saiba mais – A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção. As pessoas com trissomia do cromossomo 21 têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.