A cidade de Santa Luzia, no sertão da Paraíba, enfrenta dificuldades econômicas devido à paralisação das obras de usinas do Complexo de Energia Solar, inaugurado há quase 1 ano pela Rio Alto Energias Renováveis. A obra, que deveria impulsionar a geração de emprego e renda na região, está estagnada, trazendo impactos negativos tanto para a economia local quanto para o estado.
O ex-prefeito José Alexandre de Araújo lamenta a situação e alerta para os prejuízos causados. Segundo ele, a interrupção das obras afeta não apenas o município, mas também o país, uma vez que a energia gerada pelo Complexo seria integrada ao sistema elétrico nacional. Além disso, a cidade deixa de arrecadar impostos e perde oportunidades de desenvolvimento.
“Significa desemprego, menos renda e menos arrecadação de impostos. Isso afeta o comércio local, os contratos são encerrados, prédios alugados são devolvidos e a economia do município fica travada, esperamos que essa situação seja contornada”, destacou Zezé, como é popularmente conhecido.
Eólica funcionando, mas sem geração de emprego
Em contrapartida, as duas usinas do complexo de energia eólica da Neoenergia, também instalado na região há 2 anos, estão operando normalmente, mas sem impacto significativo na geração de empregos. Segundo o ex-prefeito, exigem pouca mão de obra, limitando os benefícios econômicos para a população local.
“As usinas estão prontas e funcionando, mas isso não gera empregos. É pouquíssima gente, só uma manutenção, um funcionário para estar dando um ajuste aqui, outro ali então é o que é muito pouco para um município que precisa de oportunidades”, explicou.
Expansão limitada pela infraestrutura
Apesar da capacidade instalada para escoamento de energia ser suficiente no momento, há desafios para novas expansões. A falta de estrutura para novas linhas de transmissão tem impedido que outros empreendimentos energéticos se instalem na cidade, o que poderia alavancar ainda mais a economia local.
A situação da usina solar da Rio Alto ainda não tem previsão de normalização, e a população de Santa Luzia segue esperando a retomada das obras, na expectativa de que empregos sejam gerados e a economia volte a crescer.
Ele afirmou que no município não faltam linhas de transmissão, pelo contrário, há uma grande, que através de uma subestação de alta capacidade, leva energia para Campina Grande e até Milagre (CE). “O que não tem é capacidade de vir mais outras redes, tipo um parque como um do Rio Grande do Norte, que queria vir para Santa Luzia e aí não coube mais, aí teve que levar para outras localidades”, concluiu.
Cândido Nóbrega