A proliferação de universidades de Odontologia é vista com grande preocupação por parte do Conselho Regional de Odontologia da Paraíba e nesse sentido, o presidente Leonardo Cavalcanti considera essencial a avaliação de proficiência ao término do curso, porém é totalmente contra ambos no modo ensino a distância (EaD).
“Para se ter uma ideia, em um estado pequeno como o nosso, nós temos 16 faculdades de Odontologia em pleno funcionamento. Passamos, durante 50 anos, com duas Faculdades, a Federal de João Pessoa e a Estadual de Campina Grande. Ademais, o próprio Conselho Nacional de Saúde já se posicionou contra a criação desses cursos no referido modo em razão da reduzida carga prática” afirmou.
Maior absurdo
E justificou seu posicionamento pelo fato de o curso ser muito prático, o que requer habilidade do aluno, daí ser inconcebível a realização de cursos à distância para dentista. “Existem algumas disciplinas que podem até ser oferecidas assim, mas o todo o curso por meio desse processo é o maior absurdo que pode ocorrer, porque o dentista, para exercer a profissão, tem que ter conhecimento e muita destreza e muita habilidade manual”.
No ano passado, aos formandos do curso de Odontologia no Paraná foi oportunizada pelo CRO-PR a realização dessa análise com o objetivo de aferir a qualidade da formação e a própria Instituição de Ensino, bem como colaborar para uma melhor atuação profissional. A prova não era obrigatória e foi aplicada nas maiores cidades do estado, no qual existem 37 cursos voltados a essa formação.
O exame prevê a emissão de título de mérito odontológico para os 20 primeiros colocados, certificados para aqueles que obtiverem acima da nota 7,0 e a inclusão na prova de títulos dos concursos para cirurgião-dentista na rede pública de saúde do Estado.
“A iniciativa no Paraná é muito boa, mas não há uma lei que regulamente a realização dessas provas, como ocorre na área do Direito, a exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil, que nem é tida como um Conselho de Classe”, concluiu Cavalcanti.