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Não existe atualmente um quadro de super ‘El Niño’, diz doutor em meteorologia

Não existe atualmente um quadro de super ‘El Niño’, diz doutor em meteorologia

Na contramão do que alardeou a Imprensa nacional em reportagens em vários veículos afirmando que o atual fenômeno El Niño poderia se transformar em um Super El Niño em 2023, o doutor em Meteorologia, Alexandre Magno, afirmou  terça-feira (14), durante palestra na Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), que o El Niño não tem energia com essa atual configuração para prejudicar a pré-estação de chuvas do litoral em março de 2024 e no período chuvoso entre abril a julho no Nordeste. “Ele vai durar mais uns quatro meses, mas, sem dúvida não se configura um Super El Niño como se divulgou”, reforçou o especialista para alívio dos produtores canavieiros que assistiram à palestra.

Ele lembrou que o El Niño é um aquecimento anômalo que se estabelece próximo à costa oeste do Peru, na época de Natal e que o mais devastador deles aconteceu em 1997/98 e reforçou que o atual fenômeno se configura como moderado. “Esse El Nino é fraco em relação ao evento de 1998. Desde fevereiro, ele foi aquecendo e em agosto e setembro, segundo institutos americanos, o El Niño alcançou o máximo de 2.7ºC e dados de novembro mostram que ele vem reduzindo sua intensidade, ao contrário do que se tem sido divulgado pela Imprensa”, explicou Alexandre.

É possível um repique

O especialista, no entanto, lembrou que há possibilidade de acontecer um repique. “Isso é possível, mas, de forma isolada. Ele hoje está com temperatura média de 1,7ºC e vem perdendo força. A evolução do El Nino apresenta uma tendência de redução de temperatura que demonstra a dissipação do fenômeno que, nesta época do ano, deveria ser o contrário, ou seja, ele deveria estar aquecendo mais, mas, não está”, reiterou lembrando o fenômeno de 1998. “Naquele ano, nesta época do ano, ele estava na média de 2,5 a 3 graus enquanto que o fenômeno atual vem reduzindo, com tendência de decréscimo de calor e perda de energia”, destacou Alexandre.

Efeitos no Nordeste

Ele lembrou que o Nordeste passa por ciclos de estiagem e ciclos de tempos de boas chuvas. “De 2000 a 2010 a chuva foi muito regular, foi o período mais abundante do Nordeste. Mas, nós estamos no final destas oscilações favoráveis às chuvas no Nordeste e vamos entrar nestes próximos dez anos na oscilação decadal positiva, que ela é desfavorável às chuvas na região, com em torno de 63% dos ciclos poderão ser mais secos. Então nós vamos ter um período de 30 a 35 anos de mais anos com tendência à estiagem no Nordeste. Isso não é uma previsão, mas um ciclo que acontece normalmente na atmosfera. Se for pesquisar oscilação decadal do Pacífico, vocês verão que isso é cíclico. Quando se fala em litoral, não há tanto impacto, pois nesta região chove em torno de 2 mil mm e se tem uma redução para 1500 mm, o que não causa tanto impacto, mas para o semiárido que já chove pouco, isso terá um maior impacto”, disse ele.

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