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Pedro Cunha Lima responde a perguntas da população, de vereadores e da imprensa em sabatina na CMJP

Pedro Cunha Lima responde a perguntas da população, de vereadores e da imprensa em sabatina na CMJP

Os temas abordados na sabatina foram educação, saúde, infraestrutura, gestão financeira, meio ambiente, projetos estruturantes, emprego e renda e cultura

Na reta final das sabatinas da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) com os candidatos ao Governo do Estado, na sexta rodada de entrevistas do programa “Conexão Eleitoral”, ontem, o candidato Pedro Cunha Lima, respondeu a perguntas da população, dos vereadores e de jornalistas. Os temas abordados na sabatina foram educação, saúde, infraestrutura, gestão financeira, meio ambiente, projetos estruturantes, emprego e renda e cultura.

No primeiro bloco, o candidato respondeu perguntas sobre projetos estruturantes, meio ambiente, saúde, infraestrutura, gestão financeira, educação e cultura. Ana Cristina iniciou questionando o que se pretende fazer para combater feminicídio no estado. Pedro Cunha Lima ressaltou que esse é o tipo de problema que necessita de uma reação dos governantes e de cada um de nós: “É preciso ter uma nova conscientização de toda a sociedade e o governo fazer sua parte. Fortalecer instrumentos de denúncia, fazer campanhas de conscientização, ter delegacias específicas para lidar com essa situação. Acolher a mulher nesse instante, inclusive com políticas de suporte psicológico para atravessar esse drama”.

Sobre meio ambiente, Vanderson Moreira perguntou o que se poderia fazer para recuperar a falésia do Cabo Branco, em João Pessoa. Pedro contou que participou ativamente desse debate, inclusive, na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), onde, há alguns anos, houve uma audiência pública contando com o Grupo dos Amigos da Barreira (GAB). “Essa é uma ação que está sendo tocada pela Prefeitura. Cabe ao Governo chegar junto para participar, dentro daquilo que deve ser uma responsabilidade compartilhada de todos nós”, explicou. Ele acrescentou: “Tem que investir em saneamento básico, fazer gestão pública com eficiência para cuidar do meio ambiente, cuidando, também, do funcionamento da sociedade como um todo, desenvolvendo o estado com sustentabilidade. Em relação à barreira, eleito o governador, é procurar a Prefeitura, sentar para ver como está o andamento da ação e ver no quê podemos ajudar”.

Pautando a saúde, Larissa Bonates questionou quais políticas poderiam ser implementadas para as mulheres no tocante à saúde delas, especialmente das que sofrem violência doméstica, que precisam de acolhimento hospitalar o mais breve possível. Pedro afirmou que seu governo terá um olhar sensível a essa realidade. “Não é trivial saber que a mulher demorou muito mais para ter o direito de voto, em relação ao homem. A gente precisa reverter o quadro, tem que ter consciência do que está posto, ter políticas públicas de denúncia, de agressão, mas, também, de proteção, de cuidado às mulheres que infelizmente foram e são vítimas dessa agressão intolerável”, enfatizou. O candidato disse fazer parte de uma geração que tem um olhar mais crítico em relação à realidade posta: “Está na hora da gente reverter um quadro. Da mesma forma que demorou muito mais do que deveria para a mulher ter o direito ao voto, está demorando mais do que deveria para a gente reverter esse quadro que deve despertar uma revolta em todos nós. A gente vai ter uma política atenta”.

Em seguida, Maria Gorete comentou sobre as dificuldades que encontra em transportes públicos, desde ônibus cheios a assaltos nas paradas. Ela indagou o que o Governo Estadual poderia fazer para ajudar a Prefeitura nessa situação. Para Cunha Lima, a principal solução seria investir, sobretudo, na mobilidade e infraestrutura. “Em Campina Grande, graças a uma postura do prefeito Bruno, se conseguiu reduzir a tarifa do transporte público. Isso exige uma postura firme do gestor municipal. De nossa parte, como governador, é investir ao máximo na mobilidade urbana para tornar mais viável o funcionamento do transporte público”, avaliou.

Falando sobre gestão financeira, Antonio Sobrinho questionou qual seria a forma do governo contribuir para o desenvolvimento da economia do estado. Para o candidato, em suas palavras, o primeiro passo seria “deixar de atrapalhar”. Ele explicou que todo empreendedor é, por natureza, um competidor: “Ele gosta de dar mais eficiência, agilidade ao empreendimento, ter um preço competitivo. Quem atrapalha? O poder público, que quando ele [o empreendedor] quer ser mais eficiente, impõe uma barreira, coloca uma burocracia, aumenta uma carga tributária, tira a segurança jurídica, a imprevisibilidade do poder público… Isso é terrível, você não sabe o que o poder público vai fazer amanhã”. Além disso, ele mencionou a redução da burocracia: “Aqui, em João Pessoa, tem uma iniciativa interessante do vereador Thiago Lucena, que é a Casa do Empreendedor. Queremos levar essa ideia para o Governo do Estado. Ter um lugar que reúna junta comercial, receita, corpo de bombeiros, tudo em um só lugar, para facilitar a vida de quem quer abrir uma empresa”.

Cunha Lima destacou outras circunstâncias que dificultam o empreendedorismo no estado: “Foi feito um levantamento chamado ‘Doing Business’, pelo Banco Mundial, que coloca a Paraíba em 17º lugar no Brasil em ambiente de se fazer negócios; quem quer fazer uma venda online, abrir um MEI, na Paraíba, precisa ter um lugar físico para estar dentro das normas. Se é uma venda online, você pode trabalhar de casa, não precisa ter um lugar físico. Em Pernambuco, não existe essa exigência. Tem gente que aluga um espaço só para ter um endereço físico para cumprir essa exigência; na mineração, a gente tem uma ‘bitributação’, em relação ao Rio Grande do Norte. Para comprar carro elétrico, em Pernambuco, tem isenção de IPVA. Aqui, paga. É claro que vai comprar lá; eu conversava com o dono de um supermercado e ele disse que, para vender um vinho aqui, tem que pagar 40% de imposto. Já em Pernambuco, se paga 6%. Quem vai competir melhor?”. Suas soluções, portanto, seriam a diminuição da carga tributária, redução da burocracia e uma postura de atração de investimentos.

Já na educação, Wanderley Soares lembrou que em algumas cidades que não têm universidade, o governo utiliza ônibus para levar essas pessoas à Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ele contou que muitos colegas que conhece tiveram de trancar o curso por não terem condições de pagar ou enfrentarem dificuldades com os horários do ônibus. Ele quis saber quais seriam as estratégias para resolver esse problema. Pedro acredita que um caminho é fazer parceria com os municípios para a prestação desse serviço. Ele aproveitou o tema para dizer que a educação é sua principal bandeira: “O que mais me motiva a disputar uma eleição, que é um processo bastante intenso, é poder oferecer uma nova educação ao nosso estado. Mais de 60% das nossas crianças não aprendem a ler na idade certa. Isso não é aceitável. O que está faltando para a gente ter um programa de alfabetização na idade certa? Distribuindo material de alfabetização para todos os municípios, abrir vaga de creche, premiar as escolas que estão dando resultados em alfabetização, fazer com que elas ajudem as que não estão conseguindo, repartir o ICMS com base nos resultados de alfabetização dos municípios”. “Educação será prioridade. A gente vai ter uma política muito forte voltada à alfabetização na idade certa, mas, também, em outros eixos dessa trajetória escolar para reverter um quadro”, destacou.

Como músico e pessoa com deficiência, Octávio Soares admitiu ver uma lacuna na cultura e lazer. Citando experiências positivas em outros estados, como a gratuidade no acesso a estádios de futebol, teatro e cinema, ele perguntou que propostas se teria para impulsionar pessoas com deficiência a saírem de casa com a garantia do acesso à cultura e ao lazer. Pedro avaliou positivamente a experiência citada por Octávio: “Gosto de observar o que acontece nos outros estados e copiar modelos. O Brasil tem muito a aprender com ele mesmo. (…) Saber ouvir é importante para qualquer governante. Então, vamos trazer esse modelo de outros estados que dão gratuidade e fazer um incentivo real à nossa cultura, a quem produz arte. A Paraíba tem talentos incríveis na música, no teatro, temos um celeiro de artistas que precisam ser valorizados”.

Segundo Bloco: candidato responde às perguntas de vereadores

No segundo bloco, o candidato Pedro Cunha Lima respondeu a perguntas de vereadores da Casa sobre meio ambiente, saúde, educação, projetos estruturantes, emprego e renda e cultura. Respondendo a uma pergunta do vereador Milanez Neto (PV) sobre ações para recuperar a barreira do Cabo Branco, o candidato afirmou que, passadas as eleições, vai se reunir com o prefeito para saber que medidas já estão em andamento, o que pode ser ajustado e como o governo pode ajudar. “A preocupação com a barreira do Cabo Branco tem que ser de todos nós, porque o benefício é comum. O governo vai ser parceiro em ações estratégicas. Quando se tem o ponto mais oriental das Américas, atraímos turistas para todo o estado. Portanto, fortalecer o turismo e proteger o meio ambiente é fundamental para a Paraíba. Estarei atento e sensível para o governo ser um braço importante dessa ação”, garantiu.

Sobre saúde, Pedro Cunha Lima respondeu ao vereador Junio Leandro (PDT) que o primeiro passo para garantir a qualidade do atendimento é “não deixar roubar”. “Acompanhamos em governos anteriores o desvio de 134 milhões de reais, e isso faz falta. Vamos colocar para funcionar os equipamentos que já existem, porque não adianta construir mais hospitais, embora também seja importante, sem garantir que os que já existem funcionem de maneira mais eficiente”, defendeu o candidato, afirmando ainda que vai ampliar os investimentos em hospitais filantrópicos e implementar uma central de regulação de leitos que atue com transparência e critérios técnicos.

Respondendo ao vereador Thiago Lucena (PRTB), que questionou sobre projetos na área de educação para inserir os jovens no mercado da programação, carente de mão de obra qualificada, o candidato afirmou que é necessário haver uma formação específica para o que tem retorno certo. “Todo mundo quer viver do seu trabalho. Então, se a gente der a ferramenta, formando com noções de matemática e programação, teremos não apenas um desenvolvimento social, mas também um desenvolvimento econômico, porque a gente preenche um espaço que está aberto. Se o setor produtivo quer assimilar uma mão de obra, cabe ao poder público formar. Precisamos acertar em cursos técnicos, profissionais, tornando a educação inclusive mais atrativa”, argumentou.

Dentro do tema projetos estruturantes, o vereador Damásio Franca (PP) questionou sobre as propostas para melhorar a mobilidade urbana. Pedro Cunha Lima respondeu que o primeiro passo é dar velocidade à execução dos projetos que já estão em andamento. “Temos projetos importantes para a mobilidade já em curso, mas que se desenrolam de maneira muito lenta, e não temos tempo a perder. Vamos fazer parcerias com o Governo Federal, independente de qual seja o resultado das eleições, para aumentar os investimentos em infraestrutura. O Governo do Estado não será um instrumento de disputa política e, especialmente no caso da infraestrutura, o Governo Federal tem um papel fundamental”, avaliou.

Sobre emprego e renda, o candidato respondeu à vereadora Rebeca Sodré (União Brasil) que vai investir no setor produtivo que, de acordo com ele, é quem gera empregos para a população. “Para termos postos de trabalho precisamos ter uma economia girando melhor, dar a maior competitividade econômica possível ao nosso estado. A gente massacra tanto o setor produtivo que ele não consegue gerar empregos”, avaliou, sugerindo a criação de um cargo de ‘atrator de investimentos’, com escritório em São Paulo, para estar conectado com a realidade do mercado.

Respondendo a uma pergunta do vereador Bruno Farias (Cidadania) sobre cultura, Pedro Cunha Lima afirmou que pretende governar dialogando com esse universo. “Em uma conversa rápida com quem produz cultura você pega sugestões sobre como devem ser lançados os editais de fomento, por exemplo. Um governo que sabe escutar e está mais aberto ao diálogo consegue apoiar o setor de maneira mais assertiva. O que a gente precisa é estar próximo e fazer o que está ao nosso alcance, dar vida aos espaços que já existem. A cultura é um lugar de passar mensagens, é possível ensinar através da cultura. É também uma cadeia produtiva muito importante, e que foi muito machucada pela pandemia. Vou fazer um governo com a disposição necessária para ouvir e encontrar os caminhos para avançar nos investimentos”, assegurou o candidato.

Candidato responde perguntas de jornalistas convidados

Três jornalistas convidados pela CMJP fizeram questionamentos ao candidato. A jornalista Angélica Nunes fez a primeira pergunta do bloco indagando ao candidato sobre o programa para combater a insegurança alimentar no estado. “Vamos aprimorar o que já está em curso como o programa ‘Tá na Mesa’ e programas que já existiram como a distribuição de pão e leite para população, em todo estado. Aproveitar que somos referência na caprinocultura para garantirmos programas nesta área. Vamos estudar modelos para permitir transferência de renda através de cartões para dar mais liberdade de escolha ao cidadão. E principalmente criar emprego e renda para tornar nosso estado mais competitivo e eficiente”, explanou.

O jornalista Josival Pereira perguntou ao candidato sobre o Plano de Desenvolvimento Econômico efetivo para os próximos quatro anos. O candidato destacou que o tema é complexo e não depende apenas do Poder Público. “Precisamos construir e pavimentar o caminho porque o desenvolvimento econômico ocorre de forma mais lenta. É necessário criar todo um ecossistema como acabar com o ICMS na geração da energia solar, atualizar a tabela do Simples, reduzir impostos em determinadas cadeias produtivas. Além de digitalizar todo estado para destravar os serviços e diminuir a burocracia. Não existe solução mágica, mas precisamos reduzir a carga tributária ao máximo”, informou.

Já o jornalista Rubens Nóbrega quis saber se o candidato se arrependia de ser a favor de cerca de 84% das pautas defendidas pelo Governo Federal, principalmente a reforma trabalhista. “Defendo a mudança. Na reforma trabalhista não permiti que mexessem na previdência do agricultor rural e nem no benefício de prestação continuada. Agora entendo que a gente tem que ter um ajuste fiscal para equalizar uma conta que precisa fechar. Os trabalhadores não perderam direitos. Continuam garantidos o direito às férias, ao repouso remunerado, ao 13º salário e ao FGTS. Não me arrependo de fazer mudanças necessárias”, asseverou. Rubens Nóbrega também pediu explicação sobre o projeto ‘CNH Estudantil’, que consta no programa do candidato. “Esse é um projeto que estudamos como política de incentivo e poderemos expandir para diaristas. Acredito em meritocracia e pretendemos premiar os alunos que passarem no Enem. Precisamos de mecanismo para beneficiar os desempenhos para obtermos grandes êxitos”, ressaltou.

A Educação foi tema de duas perguntas. Tomando como exemplo bem-sucedido, na área de Educação, o estado do Ceará, o jornalista Josival Pereira quis saber se o candidato vai seguir algum programa do outro estado como a maior distribuição do ICMS para municípios que alfabetizem na idade correta e com boas notas no IDEB. Enquanto Angélica Nunes perguntou sobre uma afirmação do candidato que categorizou que não haverá ideologia nas escolas em seu mandato.

“Se não fosse a educação eu não estaria nesta cadeira. No Ceará, eles perceberam que se errar no começo compromete a história inteira. Vamos insistir na alfabetização na idade certa e envolver a sociedade neste programa. Vamos distribuir o ICMS de acordo com o desempenho na educação, além de garantir que os gestores das escolas sejam escolhidos e não indicados e o processo de aperfeiçoamento contínuo dos professores. Sobre a questão da ideologia. É isso mesmo, não haverá ideologias nas escolas. Haverá uma educação que vai funcionar como deve. A escola será o lugar onde o aluno vai construir sua trajetória de formação. Temos que aprovar o novo Fundeb e o Sistema Nacional de Educação. Temos que ter investimentos na educação infantil por parte do Governo Federal”, enfatizou.

O candidato agradeceu o convite para participar das sabatinas e parabenizou a CMJP pela iniciativa, destacando que os vereadores são importantes na construção de políticas públicas por estarem próximos do povo, ouvindo suas demandas e anseios. “Estou sendo candidato para pensar nos melhores caminhos para nossa população. Meu maior sonho é ver uma corrente de pessoas se ajudando para avançar em velocidade em um propósito sincero”, finalizou.

Assista a entrevista na íntegra aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ufGp6p-ajW4.

Damião Rodrigues, Rafaela Cristofoli e Rebeca Neto

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