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Proteínas do corpo humano podem indicar início de Alzheimer e Parkinson

Proteínas do corpo humano podem indicar início de Alzheimer e Parkinson

Uma pesquisa internacional inovadora sobre as proteínas do corpo humano trouxe novas esperanças para o rastreamento e tratamento de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. O estudo, que culminou na maior biblioteca de proteínas já criada, revelou pistas cruciais sobre o processo de envelhecimento e o desenvolvimento dessas condições. Financiado em parte pelo filantropo bilionário Bill Gates, o trabalho é um passo significativo para transformar o diagnóstico de Alzheimer de uma sentença de morte em uma condição manejável.

Os resultados, publicados em diversos artigos na renomada revista Nature Medicine, demonstram um esforço crescente para combinar vastos conjuntos de dados biológicos com a análise aprimorada por inteligência artificial. Essa abordagem visa encontrar preditores precoces que possam auxiliar na detecção e no combate a doenças notoriamente difíceis de tratar. Pesquisadores já conseguiram identificar uma proteína-assinatura, ou biomarcador, ligada a indivíduos com uma variante genética que aumenta o risco de Alzheimer, além de observar padrões nas mudanças dos níveis de proteínas relacionadas à função cognitiva e a várias condições neurodegenerativas à medida que as pessoas envelhecem.

Novos insights

Charles Marshall, professor de neurologia clínica da Universidade Queen Mary de Londres, destacou a relevância imediata das descobertas, afirmando que os padrões de anormalidade proteica que preveem doenças neurodegenerativas oferecem novos insights sobre como essas condições se desenvolvem. Ele enfatizou que essa compreensão abre caminho para o desenvolvimento de medicamentos e, em última instância, para novos tratamentos. O trabalho faz parte do Consórcio Global de Proteômica Neurodegenerativa (GNPC), uma iniciativa estabelecida em 2023 com o apoio da Johnson & Johnson e da Gates Ventures.

Simon Lovestone, chefe global de pesquisa de descoberta e translacional na Johnson & Johnson, ressaltou a aceleração no campo da neurodegeneração, impulsionada pela escala e profundidade dos dados coletados pelo consórcio. O conjunto de dados, que compreende cerca de 250 milhões de medições de proteínas e 35 mil bioamostras de 23 grupos nos EUA e na Europa, está sendo disponibilizado gratuitamente online para pesquisadores. Essa riqueza de informações, combinada com dados clínicos harmonizados, representa um recurso extraordinário com o potencial de transformar a forma como estudamos, detectamos e tratamos essas doenças.

Projeção em 25 anos

Com a projeção de que as doenças neurodegenerativas afetem mais de 100 milhões de pessoas até 2050, a importância desses biomarcadores é inegável. Amanda Heslegrave, pesquisadora principal na Fábrica de Biomarcadores do Instituto de Pesquisa de Demência do Reino Unido, enfatizou o valor dos grandes conjuntos de dados na investigação dessas condições. Além disso, Simon Stott, diretor de pesquisa da Cure Parkinson’s, apontou que a exploração da “biologia sobreposta” entre Alzheimer e Parkinson pode impulsionar esforços conjuntos para enfrentar essas condições, melhorando tanto a compreensão subjacente das doenças quanto a eficácia dos ensaios clínicos na busca por tratamentos eficazes.

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