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COAF destaca dever dos corretores ante suspeitas de lavagem de dinheiro no mercado imobiliário               

COAF destaca dever dos corretores ante suspeitas de lavagem de dinheiro no mercado imobiliário               

Em meio ao forte aquecimento do mercado imobiliário brasileiro, sobretudo em cidades como Curitiba, Goiânia, São Paulo e João Pessoa – que vive um dos ciclos de valorização mais intensos da década – o Conselho de Controle de Atividades Financeiras voltou a enfatizar o quanto é crucial para os corretores comunicar operações suspeitas. Não se trata de mera formalidade, mas de dever legal, e a omissão pode ter consequências graves e comprometer a integridade de todo o setor.

A diretora de supervisão do COAF, Juliana Petribú Gorenstein, explicou que é essencial distinguir dois tipos de comunicações: a de operação suspeita, que deve ser feita imediatamente quando o corretor de imóveis identificar indícios de recursos de origem ilícita, e a comunicação de não ocorrência, encaminhada anualmente quando, no ano anterior, não houve nenhuma situação suspeita. “Essas declarações são complementares e demonstram que o profissional cumpre com suas obrigações legais, mesmo quando não se depara com operações duvidosas”, destacou.

Consequências por descumprimento

Vão desde o enquadramento em penalidades administrativas e, em casos graves, até criminais, conforme prevê a Lei nº 9.613/1998, que dispõe sobre os crimes de lavagem de dinheiro. O envio da declaração de inocorrência de propostas, transações ou operações evita graves prejuízos como cassação de autorização para o exercício da atividade profissional, pagamento de multa de até 20 milhões de reais e vedação de negócios com instituições financeiras.

A comunicação correta e tempestiva é, portanto, uma forma de proteger não apenas o corretor, mas o próprio mercado, fortalecendo a transparência e a confiança nas negociações imobiliárias.

Relatórios de inteligência

Segundo Gorenstein, o COAF atua como o centro nervoso do sistema nacional de prevenção à lavagem de dinheiro, processando as informações recebidas e transformando-as em relatórios de inteligência financeira compartilhados com o Ministério Público e as polícias.

 “Quando recebemos comunicações que indicam uso do setor imobiliário em esquemas ilícitos, produzimos relatórios que ajudam os órgãos de persecução a desmontar esses mecanismos”, concluiu.

Cândido Nóbrega

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