Impulsionada por celebridades e influenciadores, a reversão de procedimentos estéticos cresce no Brasil e no mundo. Após anos de preenchimentos e mudanças corporais, aumenta o número de pessoas que buscam voltar à aparência original, muitas vezes motivadas pela insatisfação com resultados artificiais.
Entre 2019 e 2023, as remoções de próteses mamárias mais que dobraram no Brasil, e dissoluções de preenchimentos faciais cresceram nos Estados Unidos. Apesar da falta de dados oficiais no Brasil, dermatologistas e cirurgiões relatam aumento expressivo na busca por hialuronidase para correções, principalmente em harmonizações faciais mal executadas.
Complicações de saúde motivam urgência
Problemas como inchaços crônicos e nódulos têm levado pacientes a buscar ajuda médica, especialmente em casos com uso de produtos permanentes como PMMA ou silicone. Mesmo próteses mamárias estão sendo removidas por possíveis ligações com doenças autoimunes e sintomas físicos persistentes.
Insatisfação com o resultado estético e distorções de autoimagem estão entre as causas mais frequentes da reversão. Transtornos como o dismórfico corporal são comuns em clínicas estéticas e podem gerar sofrimento intenso, baixa autoestima e até pensamentos suicidas, segundo especialistas.
Reversão nem sempre é possível e exige responsabilidade médica
Muitos pacientes desconhecem os produtos usados, o que dificulta a reversão completa. Profissionais alertam para os limites da estética não cirúrgica e defendem que cabe ao médico orientar, dizer “não” quando necessário e identificar sinais de transtornos psicológicos relacionados à autoimagem.