Skip to content Skip to footer

Disparidade no m² entre João Pessoa e Campina Grande preocupa Sinduscon-PB e desafia mercado local

Disparidade no m² entre João Pessoa e Campina Grande preocupa Sinduscon-PB e desafia mercado local

A grande diferença no preço do metro quadrado na construção civil entre as cidades de João Pessoa e Campina Grande está nivelando por baixo o mercado campinense e preocupa o Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário do Estado da Paraíba (Sinduscon-PB). Em entrevista exclusiva que me concedeu, o presidente da entidade, Lamartine Alves, destacou que, enquanto na capital um metro quadrado pode atingir, dependendo da localização, de R$ 8 mil (na realidade por volta de R$ 4 mil) a R$ 30 mil, em Campina Grande o valor médio oscila entre R$ 8 mil e R$ 10 mil, mesmo em áreas valorizadas.

Para Lamartine, o cenário é agravado pelos juros altos, que limitam o poder de compra e direcionam 60% de investidores para outras cidades. “Hoje, Campina enfrenta uma estagnação. Muitos clientes preferem investir em João Pessoa, Bananeiras ou Areia. João Pessoa é a bola da vez, enquanto que Campina sofre com mão de obra escassa e menor valorização imobiliária”, afirmou.

O sindicato tem buscado reverter o quadro com cursos de capacitação junto ao Senai e à Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), preparando pedreiros, carpinteiros e ferreiros para atender à demanda futura.

MCMV como alternativa e cultura do atraso

Questionado sobre se o programa Minha Casa Minha Vida contribui para nivelar os preços por baixo, o presidente reconheceu parcialmente, mas ponderou que, diante das condições atuais, é uma das alternativas que ainda movimenta o setor local. “O mercado é quem dita o preço, e com os investimentos fluindo para outras cidades, Campina Grande fica para trás”, analisou.

Ele também criticou a resistência de construtores campinenses em se associarem ao sindicato, o que, segundo ele, enfraquece a capacidade de reivindicação e representação da categoria. “Ainda temos uma cultura, não só na Paraíba, mas no Nordeste, de receio em relação a sindicatos. No Sul e no Norte, há sindicatos muito fortes. Aqui, ainda falta consciência de que a luta não é no CPF, é no CNPJ”, ressaltou.

Apoio e surpresa positiva

Apesar das dificuldades, o presidente do Sinduscon-PB elogiou a gestão de Cassiano Pascoal à frente da FIEPB, candidato que apoiou nas últimas eleições. “Ele tem surpreendido positivamente, trazendo mais indústrias e fortalecendo setores como o da construção civil e do metalúrgico. Isso ajuda a reverter o quadro e dá mais esperança para o desenvolvimento de Campina Grande”, concluiu.

Cândido Nóbrega

Mostrar comentáriosFechar comentários

Deixe seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.