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Fim da vida útil de parques eólicos abre nova era de negócios bilionários e sustentáveis no Rio Grande do Norte

Fim da vida útil de parques eólicos abre nova era de negócios bilionários e sustentáveis no Rio Grande do Norte

O estado do Rio Grande do Norte, líder nacional na geração de energia a partir do vento, começa a viver uma transformação histórica. Conforme noticiou a Tribuna do Norte, o fim da vida útil de diversos parques eólicos instalados no estado marca não apenas o encerramento de uma fase pioneira, mas a abertura de um novo ciclo econômico bilionário pautado na sustentabilidade e na economia circular. A desmontagem de turbinas, torres e pás, antes vista como um desafio ambiental, agora é tratada como oportunidade estratégica para diversos segmentos produtivos.

Esse processo, conhecido como descomissionamento, já é considerado a nova fronteira do setor eólico. A substituição de aerogeradores antigos movimentará cadeias de valor em áreas como reciclagem, construção civil, metalurgia e logística. Estudo do Global Wind Energy Council (GWEC) aponta que cerca de 90% dos materiais de uma turbina eólica podem ser reciclados — incluindo aço, cobre, concreto e componentes eletrônicos. Mesmo os 10% restantes, formados principalmente pelas pás de fibra de vidro ou carbono, começam a ganhar novas aplicações, como matéria-prima para asfalto, tijolos e fornos de cimenteiras.

Revolução silenciosa

Empresários e especialistas potiguares enxergam nessa transição uma revolução silenciosa que pode reposicionar o estado como polo industrial e ambiental. O presidente da Fiern, Roberto Serquiz, resume: “Estamos falando de aço que retorna à siderurgia, de cabos de cobre que se tornam insumo para novas indústrias e de concreto que volta às obras civis. É uma oportunidade de gerar emprego e renda, fortalecer a economia circular e consolidar o Rio Grande do Norte como referência em sustentabilidade”.

Para Sérgio Azevedo, presidente da Comissão Temática de Energias Renováveis (Coere) da Fiern, o descomissionamento cria um mercado que integra desmontagem, transporte, destinação de materiais e inovação tecnológica. “É um setor bilionário que envolve empresas de BoP civil e elétrico e recicladoras como a Recicla RN, que já têm expertise e estrutura para atuar em larga escala”, destacou. A empresa, considerada a maior recicladora do Nordeste, possui 13 mil metros quadrados e capacidade de armazenar até 3 mil toneladas de materiais por mês, gerando mais de 20 mil empregos diretos e indiretos.

Se na primeira fase o desafio era instalar parques eólicos em grande escala, agora a meta é dar destino inteligente e sustentável aos equipamentos desativados. Para Etelvino Patrício, presidente do SindRecicla-RN, “a reciclagem das turbinas representa um novo ciclo industrial, que envolve corte, separação, trituração e reaproveitamento de metais e concreto, com impacto direto na economia local”. Assim, o estado que se tornou sinônimo de vento e energia limpa agora lidera também a transformação que dará segunda vida aos aerogeradores, projetando o Rio Grande do Norte como referência global em inovação e sustentabilidade.

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