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Saiba como funciona a ‘dieta da Mente’, que promete melhorar a saúde cognitiva

Saiba como funciona a ‘dieta da Mente’, que promete melhorar a saúde cognitiva

Há muito tempo, pesquisas apontam que a alimentação desempenha um papel crucial na saúde cerebral e no risco de desenvolver condições como demência e Alzheimer. Agora, as evidências científicas sugerem que uma abordagem dietética específica, conhecida como “dieta da mente”, pode ser uma poderosa aliada na manutenção da saúde cognitiva à medida que envelhecemos. Essa dieta combina elementos da renomada dieta mediterrânea com a dieta DASH, famosa por combater a hipertensão, incorporando modificações específicas voltadas para os benefícios cerebrais.

A “dieta da mente”, cujo nome em inglês é MIND (Mediterranean-Dash Intervention for Neurodegenerative Delay), se baseia nos princípios dessas duas dietas amplamente estudadas. Tanto a Mediterrânea quanto a DASH priorizam alimentos de origem vegetal, como frutas, legumes, verduras, nozes e sementes, além de laticínios com baixo teor de gordura e proteínas magras como peixes e aves. Ambas também limitam o consumo de carne vermelha e processada. A dieta DASH, em particular, foca na redução de sódio, açúcares adicionados e gorduras saturadas e trans, visando a diminuição da pressão arterial. Ambas as dietas já demonstraram eficácia na prevenção de doenças crônicas e na proteção dos neurônios.

A inovação da “dieta da mente” reside na ênfase em nutrientes específicos que comprovadamente promovem a saúde cerebral e previnem o declínio cognitivo. Ela incentiva o consumo de alimentos ricos em flavonoides e polifenóis, presentes em frutas, legumes, chás e chocolate amargo; folato, encontrado em verduras e legumes; e ácidos graxos poli-insaturados N-3, abundantes em peixes oleosos, nozes e sementes. Essa seleção cuidadosa de alimentos potencializa os efeitos protetores da dieta sobre o cérebro.

Diversos estudos reforçam os benefícios da “dieta da mente”. Uma pesquisa com 906 idosos, por exemplo, revelou uma correlação entre uma maior adesão à dieta e um declínio cognitivo mais lento ao longo de quase cinco anos. Outro estudo, com 581 participantes, mostrou que aqueles que seguiram rigorosamente a “dieta da mente” ou a dieta mediterrânea por pelo menos uma década apresentaram menos placas amiloides no cérebro post-mortem, uma das principais características do Alzheimer. A maior ingestão de verduras, em particular, parece ser um componente crucial. Uma revisão sistemática de 13 estudos também confirmou uma associação positiva entre a “dieta da mente” e a função cognitiva em idosos, com um artigo indicando uma redução de até 53% no risco de Alzheimer em quem a adotou.

Embora a maioria das pesquisas seja observacional, com suas inerentes limitações, um ensaio clínico randomizado incluído na revisão apontou que mulheres que seguiram a “dieta da mente” tiveram uma leve melhora na memória e na atenção. As pesquisas sobre essa dieta estão em constante evolução, e a expectativa é que, em breve, tenhamos uma compreensão ainda mais aprofundada de seus mecanismos e benefícios. Para quem busca proteger a função cognitiva, pequenas mudanças diárias na alimentação, como incluir nozes e sementes em cereais, priorizar azeite de oliva e aumentar o consumo de verduras e frutas vermelhas, podem fazer uma diferença significativa na saúde geral e cerebral.
Com www.bbc.com/portuguese

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