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TCU aponta falhas no combate ao assédio prejudicam ensino superior no Brasil

TCU aponta falhas no combate ao assédio prejudicam ensino superior no Brasil

Uma auditoria recente do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou uma preocupante falha no combate ao assédio sexual e moral em universidades e institutos federais brasileiros. A secretária de Desenvolvimento Sustentável do TCU, Vanessa Lopes de Lima, enfatiza que essa inabilidade em lidar com o problema acarreta sérias consequências para o ambiente educacional, incluindo a evasão de alunos.

A auditoria, publicada em março, aponta que 60% das 69 universidades federais do país, ou seja, 41 instituições, não possuem uma política institucionalizada de prevenção e combate a esses tipos de assédio no contexto acadêmico.

A fiscalização do TCU detalhou a extensão do problema, identificando que 55 instituições federais de ensino superior carecem de protocolos ou diretrizes específicas para a investigação de casos de assédio sexual. Mais alarmante ainda, em 52 universidades, não há evidências de que os processos de apuração sejam conduzidos com uma abordagem de gênero, o que pode dificultar a correta análise e punição dos assediadores. Essa lacuna em políticas públicas de combate ao assédio, particularmente o sexual, é um cenário preocupante, já exposto em reportagens investigativas que mostram o perfil e o modus operandi dos assediadores, bem como a vulnerabilidade de alunas, professoras e servidoras.

Contexto da Região Nordeste

Especificamente na Paraíba, essa realidade também se faz presente. Embora a auditoria não detalhe individualmente cada instituição, a abrangência nacional das falhas aponta para a necessidade de um olhar atento às universidades e institutos federais paraibanos. A ausência de protocolos de acolhimento e orientação para denúncias, a falta de diretrizes para equipes de apuração com perspectiva de gênero, e a carência de capacitação para a comunidade acadêmica, são lacunas que podem afetar diretamente estudantes e profissionais no estado, contribuindo para a revitimização e para a permanência de um ambiente de insegurança.

A inexistência de uma política institucionalizada de prevenção e combate ao assédio sexual, conforme apontado pelo TCU, contraria importantes orientações internacionais, como a Convenção OIT 190, e legislações brasileiras recentes, como as Leis 14.540/2023 e 14.457/2022, além do Decreto 12.122/2024. A falta de capacitação não apenas limita a atuação preventiva, mas também compromete a efetividade das comissões de apuração. Das 28 universidades federais com alguma política, 19 ainda apresentam falhas normativas, o que demonstra a complexidade e a urgência do problema.

Diante desse cenário, o TCU emitiu recomendações cruciais para as instituições que não possuem políticas de prevenção e combate ao assédio. As orientações incluem a adoção de tais políticas, o aprimoramento das ações e estratégias de divulgação, e a promoção de formação e capacitação contínuas para toda a comunidade acadêmica sobre o tema. Adicionalmente, foram visadas medidas para a criação de estruturas de acolhimento, orientação e encaminhamento de denúncias, essenciais para garantir um ambiente universitário seguro e propício ao aprendizado e desenvolvimento.

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