Uma disputa silenciosa está em andamento dentro da Ordem dos Advogados do Brasil e pode redefinir o equilíbrio de poder da entidade. Proposta encaminhada pelo Colégio de presidentes das seccionais ao Conselho Federal prevê mudanças na gestão da Caixa de Assistência dos Advogados, órgão que concentra grande relevância econômica e política ao oferecer benefícios diretos à categoria.

O texto em análise, elaborado de forma sigilosa, estabelece que os conselhos seccionais estaduais terão de aprovar previamente orçamentos e planos de cargos e salários das Caixas. Atualmente, essas entidades possuem autonomia administrativa e financeira, sendo responsáveis por administrar planos de saúde, auxílios e outros benefícios aos advogados em situação regular com a OAB.

Competência

Caso aprovado, o projeto aumentará a influência das seccionais sobre as Caixas, cujos presidentes são eleitos junto com as diretorias estaduais nas disputas pelo comando da OAB em cada estado. A proposta pode voltar à pauta já em reunião extraordinária marcada para esta segunda-feira (29), no Conselho Federal.

Críticos afirmam que a medida invade a independência jurídica das Caixas de Assistência, previstas no Estatuto da Advocacia, e enxergam na iniciativa uma tentativa de interferir em estruturas valorizadas e bem avaliadas pela classe. Para eles, o movimento busca centralizar poder e fragilizar um dos pilares de apoio ao advogado em sua vida profissional.