A história do pracinha, tribuno e mártir Félix de Souza Araújo voltou a emocionar Campina Grande após vídeo divulgado pelo vereador Olímpio Oliveira, gravado na Praça do Trabalho, no bairro de São José, diante do monumento à Força Expedicionária Brasileira. “Hoje eu vou contar a história de um herói de verdade”, inicia o parlamentar, relembrando a trajetória de coragem e sacrifício do soldado 6362 da FEB, que sobreviveu à Segunda Guerra Mundial apenas para tombar, anos depois, como combatente incansável contra a corrupção.

Voluntário na luta pela liberdade nos campos de batalha da Europa, Félix retornou ao Brasil e, ao invés do descanso dos heróis, assumiu outra frente de luta: a tribuna da Câmara Municipal de Campina Grande. O jovem idealista, que enfrentou o fascismo com armas, passou a enfrentar, com palavras, os poderosos de sua cidade, tornando-se um símbolo de resistência ética em tempos difíceis.

Foi justamente essa coragem que o tornou alvo. No dia 13 de julho de 1953, foi brutalmente atacado por João Madeira. Félix Araújo resistiu como pôde, mas acabou falecendo 14 dias depois, prestes a completar 31 anos de idade. Sua morte não apagou sua luz: consolidou-se como mártir da honestidade e do amor por Campina Grande e pelo Brasil. “Esta terra de bravos não será terra de escravos nem reinado de opressão”, profetizou ele — e essa frase ecoa até hoje.

Filho e neto honram legado

O legado de Félix de Souza Araújo sobrevive não apenas na memória dos que o reverenciam, mas também nos passos dos filhos que seguiram sua trajetória de serviço público: Félix Araújo Filho, jurista e político respeitado, e Félix Neto, que também ocupa espaço na vida política paraibana. Cada gesto deles reafirma que os sonhos e valores do pai continuam vivos, e que, como conclui Olímpio Oliveira em seu tributo, Campina ainda é terra de bravos.