O ex-deputado federal e ex-procurador elogiou Cabo Gilberto e disse que faria uma ligação para o parlamentar esta semana para uma conversa sobre política.
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol disse, nesta sexta-feira (22), em entrevista veiculada na CBN João Pessoa, que o deputado federal Cabo Gilberto seria bem-vindo ao partido Novo e que seria “uma honra” contar com a filiação do paraibano se, futuramente, ele decidir mudar de legenda e sair do Partido Liberal (PL).
O ex-procurador da Operação Lava-Jato, que teve o mandato cassado em junho desse ano, em uma controversa decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), filiou-se ao Novo no mês de setembro, e engajou-se num movimento de fortalecimento da legenda para as próximas eleições.
Informações de bastidores dão conta que o Novo seria uma das opções do deputado Cabo Gilberto em caso de saída dele do Partido Liberal, mas o critério de fidelidade partidária é um empecilho, já que o parlamentar correria o risco de perder o mandato caso opte pela mudança antes da janela partidária, que só será aberta para ele em 2026.
O processo de distanciamento de Cabo Gilberto com o PL ocorre em meio a divergências com o presidente estadual do partido, deputado federal Wellington Roberto, e envolve a pré-candidatura do médico Marcelo Queiroga à Prefeitura de João Pessoa.
Questionado pelo jornalista Felipe Nunes, Deltan Dallagnol elogiou Cabo Gilberto e disse que, coincidentemente, faria uma ligação para o parlamentar esta semana para uma conversa sobre política.
O Cabo Gilberto é alguém que defende causas, defende princípios, defende liberdade de expressão, e as portas do Novo sempre vão estar abertas para quem defende as mesmas causas pelas quais a gente luta, disse.
De acordo com Deltan Dallagnol, o deputado paraibano, que é vice-líder da oposição na Câmara Federal, “sempre esteve do lado certo” e por isso “seria uma honra” ter o parlamentar nos quadros do Novo no Estado da Paraíba.
Procurado por duas vezes, Cabo Gilberto não quis comentar e disse que a discussão sobre o futuro partidário ficará para ‘outro momento’.
Processo de cassação
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou, por unanimidade, em 16 de maio deste ano, o registro de candidatura do então candidato a deputado federal Deltan Dallagnol nas últimas eleições (outubro de 2022). O ex-procurador da Lava Jato recebeu mais de 345 mil votos na eleição, o que o tornou o deputado mais votado do Paraná. Ele tomou posse em 1º de fevereiro, início da atual legislatura.
A decisão ocorreu em ação movida pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) e a Federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB e PV), que acionaram o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná afirmando que Dallagnol pediu exoneração do cargo de procurador da República enquanto estavam pendentes sindicâncias para apurar reclamações sobre sua conduta na Operação Lava Jato. Essas apurações poderiam levar a um ou mais processos administrativos disciplinares (PADs), que o tornariam inelegível, se fosse condenado.
O TRE-PR julgou o pedido improcedente, e os partidos recorreram ao TSE, que concordou com a acusação. Um mês depois, a Câmara declarou a perda de mandato de Deltan.
Sérgio Queiroz
Ainda na entrevista para a CBN, Deltan Dallagnol elogiou o coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Octávio Paulo Neto, pela atuação no combate à corrupção. “Ele é uma pessoa extraordinária, competente e dedicada, pois fe exercícios com a sociedade para traer a tecnologia para o combate à corrupção”, disse.
Ao falar de política, Deltan ainda citou o presidente da Fundação Cidade Viva, Sérgio Queiroz, que foi candidato ao Senado na eleição de 2022, na Paraíba, e disse que, se fosse eleitor na Paraíba, teria votado no líder evangélico para o Congresso Nacional. “Ele é uma excelente pessoa, muito qualificada, e que eu teria o privilégio de votar”, disse.