A alta da Selic ocorre em um momento de sinais mistos na economia. Embora o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenha desacelerado em maio, ficando abaixo das expectativas, fatores como a valorização do real frente ao dólar e a queda dos preços do petróleo no mercado internacional contribuíram para aliviar parte da pressão inflacionária, realidade que pode mudar para pior com a escalada da guerra entre Israel e Irã.
Retornos reais acima de 8% ao ano
Para os investidores, isso potencializa a atratividade da renda fixa, especialmente os ativos pós-fixados. Aplicações como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e títulos do Tesouro Direto, como o Tesouro Selic, oferecem retornos reais acima de 8% ao ano, considerados muito competitivos globalmente. Debêntures atreladas ao CDI e fundos DI de baixo custo também se destacam, combinando remuneração atrativa com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para a maioria desses ativos. Investidores conservadores podem priorizar títulos públicos, enquanto aqueles dispostos a assumir um pouco mais de risco podem avaliar CDBs de bancos médios e pequenos para maiores rentabilidades.
Além dos pós-fixados, os títulos prefixados e os indexados à inflação (Tesouro IPCA) também apresentam perspectivas interessantes. Embora os prefixados possam sofrer com a marcação a mercado no curto prazo, a expectativa de um ciclo de juros próximo do fim pode torná-los vantajosos para quem os mantiver até o vencimento. Já os títulos indexados à inflação garantem um retorno real elevado, protegendo o poder de compra e oferecendo um prêmio de juros competitivo.
Análise criteriosa
A indústria de fundos de renda fixa continua a atrair grande volume de recursos, mas é crucial que o investidor analise o portfólio, o perfil de crédito e a liquidez de cada produto para alinhar o investimento aos seus objetivos e grau de risco. Mesmo a Bolsa de Valores pode apresentar oportunidades em setores menos sensíveis aos juros, ou em empresas que se tornaram atrativas devido aos seus descontos.