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Setor de saúde avalia plano simplificado para consultas e exames

Setor de saúde avalia plano simplificado para consultas e exames

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está em compasso de espera com a proposta de um novo modelo de plano de saúde restrito a consultas e exames, que tem gerado debate no setor. A medida, vista por operadoras como uma chance de expandir o mercado, que está estagnado há uma década com pouco mais de 50 milhões de usuários, visa alcançar um público que hoje depende do Sistema Único de Saúde (SUS) ou utiliza serviços pagos, como clínicas populares e cartões de desconto. Uma câmara técnica avaliará o projeto, que exclui atendimentos de urgência, emergência e internação, levantando questões sobre sua real efetividade e impacto.

Para a ANS e as operadoras, a principal vantagem do modelo simplificado e mais acessível é a possibilidade de ampliar o acesso à saúde privada para milhões de brasileiros. Estimativas sugerem que o mercado de cartões de desconto, sem regulamentação, pode atender até 60 milhões de pessoas, superando o número de beneficiários de planos de saúde regulados. Pesquisas indicam que uma parcela significativa da Classe C recorre a atendimentos privados fora das operadoras, evidenciando a busca por produtos de saúde mais acessíveis e a oportunidade de regulamentar parte desse mercado.

Proposta não está isenta de controvérsias

A exclusão de coberturas essenciais como urgência e internação levanta preocupações sobre o risco de sobrecarregar ainda mais os serviços de média e alta complexidade do SUS, que já enfrentam grandes gargalos. Além disso, especialistas alertam que, caso um paciente com plano simplificado precise de um procedimento não coberto, ele terá de recorrer ao SUS e entrar na fila como qualquer outro cidadão, sem garantia de que exames realizados na rede privada serão aceitos.

Apesar dos riscos, defensores da proposta argumentam que um plano ambulatorial regulamentado pode desafogar a atenção primária do SUS, promover diagnósticos precoces e oferecer uma opção mais estruturada do que os cartões de desconto, que não garantem cobertura ilimitada. Pesquisas de opinião mostram um interesse considerável no produto simplificado, com 24% dos entrevistados demonstrando muito interesse e 37% algum interesse. A discussão continua, buscando equilibrar a ampliação do acesso com a garantia de uma cobertura de saúde eficaz e responsável para a população.

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