O uso de inteligência artificial (IA) no meio jurídico vem crescendo a passos largos, especialmente quando o assunto é a criação de contratos. Ferramentas como o ChatGPT prometem entregar documentos em poucos minutos, com economia de tempo e dinheiro. Mas será que vale a pena confiar tanto assim na tecnologia quando o que está em jogo são responsabilidades legais e cláusulas que podem mudar completamente o rumo de uma negociação?
A praticidade é tentadora: em vez de redigir cláusula por cláusula, a IA entrega um texto inteiro em segundos. Só que o problema começa justamente aí. A inteligência artificial, por mais avançada que seja, ainda não entende os detalhes e as entrelinhas de cada caso. O resultado? Contratos genéricos, que podem não refletir os verdadeiros interesses das partes — e, pior, podem abrir margem para disputas ou até serem considerados inválidos.
“Cascas de banana”
Exemplos disso já começam a aparecer. Empresas que usam IA para redigir contratos de prestação de serviços, por exemplo, acabam se deparando com cláusulas que, sem querer, sugerem um vínculo empregatício. Basta um termo mal colocado sobre horário de trabalho ou subordinação para transformar um acordo simples em uma dor de cabeça trabalhista. E nesse caso, quem paga o preço é quem confiou demais no robô.
Outro risco importante está na atualização das leis. A IA não é advogada e nem sempre acompanha mudanças legislativas ou especificidades regionais. E em tempos de LGPD e debates sobre proteção de dados, confiar em plataformas automatizadas para lidar com informações sensíveis exige muito mais do que um clique. Sem garantias reais de segurança, os dados correm risco — e isso pode gerar consequências legais sérias.
Plano de comunicação como exemplo
No fim das contas, a IA pode (e deve) ser uma aliada, mas não substitui o olhar atento de um profissional do direito. O bom senso é o melhor conselheiro nesse caso. Usar a tecnologia como apoio é válido, desde que haja revisão humana. Afinal, contratos são mais do que um amontoado de palavras — são compromissos que, se não forem bem construídos, podem custar caro.
Oportuno lembrar que isto acontece também naquelas áreas onde o olhar do profissional experiente alcança muito além. Não se nega que a IA é uma aliada, mas não substitui a criatividade do profissional vivido, a exemplo da criação de um plano de comunicação com o alcance de objetivos sensíveis ao subconsciente.