O Conselho Federal de Odontologia acionou a Advocacia-Geral da União para combater práticas pseudocientíficas como a chamada “odontologia biológica”, que vêm sendo disseminadas principalmente nas redes sociais. A entidade solicita a adoção de medidas judiciais e extrajudiciais para responsabilizar civil, administrativa e penalmente os profissionais envolvidos, além da remoção de conteúdos considerados enganosos e a divulgação de informações corretas baseadas em evidências científicas.
“Dentistas biológicos”
Segundo o CFO, profissionais que se autointitulam “dentistas biológicos” violam o código de ética da odontologia ao oferecer tratamentos que colocam em risco a saúde bucal da população. Entre os procedimentos problemáticos estão a remoção de dentes que poderiam ser tratados com endodontia (canal), a retirada de restaurações de amálgama com a alegação não comprovada de toxicidade por mercúrio, e até a rejeição ao uso de flúor, amplamente reconhecido como eficaz na prevenção de cáries.
Há ainda casos em que a “odontologia biológica” sugere relações infundadas entre dispositivos ortodônticos e problemas de fertilidade, sem qualquer respaldo científico. O Conselho alerta que tais práticas não apenas enganam os pacientes, como também representam um risco concreto à saúde pública ao desviar pessoas de tratamentos seguros e eficazes.
Especialidades reconhecidas
Atualmente, o CFO reconhece oficialmente 23 especialidades odontológicas, que incluem áreas como endodontia, ortodontia, implantodontia, estomatologia, harmonização orofacial, odontologia do trabalho e odontopediatria. Práticas que não constam nessa lista e que não seguem os critérios científicos estabelecidos não são autorizadas nem reconhecidas como válidas pela autarquia.